segunda-feira, 31 de outubro de 2011

#Tamojunto - Baseados em conceito de união, lojistas investem em associação

A Associação Alô 10 têm como premissa negociar os melhores preços e trazer as novidades da estação para o consumidor final
Hashtag (o símbolo do jogo da velha), seguido da expressão que quer dizer ‘estamos juntos’ –uma expressão quase corriqueira na rede social Twitter –, pode resumir o conceito de um APL (Arranjo Produtivo Local), que pode ser definido como aglomeração localizada em um território pré-definido, que apresenta especialização produtiva e mantém vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros agentes locais, tais como: governo, associações empresariais, instituições financeiras, ensino e pesquisa, em resumo empresários que se unem para melhor atender seus clientes ou consumidores.

Um bom exemplo de APL é a Alô 10 – Associação de Lojistas do Interior do Estado de São Paulo –, um grupo formado por lojistas do setor calçadista. Com sede em Indaiatuba, o grupo, que existe desde 2003, é formado por dez lojistas – cada um deles tem de três a seis lojas de calçados, totalizando 30 lojas participantes – que tem como principal objetivo adquirir calçados das coleções da próxima estação, em grande volume e com preço em paridade com grandes lojistas. 

A ideia nasceu durante o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do empresário Antoniel M. Lordelo, proprietário da Azul Calçados, empresa com lojas em Itu, Salto, Vinhedo, Porto Feliz e Cabreúva. Logo ganhou o empenho dos empresários da Sapataria São Vicente, rede de Indaiatuba. “Nascemos como uma associação, temos CNPJ, estatuto, organograma e, ao longo de mais de sete anos de estrada, nosso grupo já inaugurou 11 lojas”, comemora Antoniel.

O grupo – presidido atualmente por Nedival Pasetto – passou o primeiro ano decidindo um conjunto de regras que define até hoje quem pode e quem não pode participar. “Decidimos que só poderia participar uma loja de cada município, que tivesse pelo menos cinco anos de existência no mercado, que fosse informatizada e cujo limite territorial fosse o Estado de São Paulo”, conta. 

Com isso definido, o grupo reúne quatro ou cinco grandes fabricantes, analisa as coleções, define o que mais deverá agradar o consumidor a cada estação e fecha as compras, que movimentam cerca de R$ 5 milhões a cada estação. Isso significa uma compra de cerca de 50 mil pares de sapatos e boa estratégia na hora de negociar. Para os lojistas da Alô 10 significa também ser conhecido entre os maiores fabricantes de calçados do país como um ‘grande comprador’.

Uma nota fiscal, muitas possibilidades

Uma APL age sempre no sentido de conseguir o melhor preço na hora de adquirir um produto. Há regras que devem ser seguidas por todos, mas há também bastante autonomia. “Dentro de uma APL as notas fiscais são individuais em cada compra. O lojista é quem decide quanto vai comprar e apesar das decisões serem tomadas em conjunto, ninguém tem poder de intervenção na empresa de ninguém”, explica Isaías da Silva, proprietário da Advance, empresa de contabilidade com 10 anos de mercado.

Conforme explica Isaías, no aspecto fiscal e contábil, as APLs seguem uma rotina quase que normal comprando 100% com nota fiscal. A ideia, segundo o contador, funciona tão bem que hoje é a base dos grupos de compras coletivas reunidos em sites, ganhando força no mercado. Para não errar, antes de reunir seu grupo, procure sempre um contador, munido de um departamento jurídico. E boas compras.

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