quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Profissionais mais velhos são recolocados no mercado



Da Agência Sebrae de Notícias
Virar Empreendedor Individual (EI) se tornou uma opção para os profissionais com mais de 50 anos interessados em permanecer no mercado de trabalho. Desde que entrou em vigor, há dois anos, o EI já legalizou mais de 160 mil pessoas com mais de 50 anos. Elas representam 14,6% da categoria, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae.

Quando a pesquisa foi concluída, em maio deste ano, havia 1,1 milhão de empreendedores em todo o país. Hoje, eles somam cerca de 1,4 milhão. A demanda por formalização deve crescer ainda mais. Números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que o universo de pessoas mais velhas que trabalham por conta própria é bem maior. Ao todo, são 6,4 milhões - um terço dos autônomos existentes no país, segundo a última edição da pesquisa, referente ao ano de 2009.

“A figura do El cria condições para as pessoas saírem da informalidade, o que é importante para o empreendedor dessa faixa etária, que viu oportunidade para trazer seu negócio à legalidade ou para iniciar nova atividade econômica", observa Pio Cortizo, gerente de Gestão Estratégica do Sebrae Nacional.

Trinta e quatro por cento dos trabalhadores mais velhos trabalham sozinhos, valor maior que o registrado no mercado de trabalho em geral, que é de 20%. “Além do preconceito, os idosos enfrentam dificuldade de inserção por estarem desatualizados. É importante estudar sempre”, afirma o professor titular da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Hermano Roberto Thiry-Cherques, especialista em filosofia do trabalho.

A aposentada Rosângela Paiva do Nascimento, moradora de Curitiba, escolheu trabalhar por conta própria para complementar a renda e, principalmente, realizar seu sonho de ganhar dinheiro com artesanato. Aos 58 anos, possui duas marcas de produtos artesanais, a Maria Cereja Ateliê e a Douce Maternité Decoração para bebês. Seus artigos de decoração feitos em tecido, MDF, juta e flores representam boa parte da renda de sua família. “Agora que tenho CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) posso negociar e comprar material mais barato e vender minhas peças a empresas. Fiz cursos no Sebrae que estão me ajudando muito a administrar o negócio. Em breve, quero virar microempresa”, conta a artesã.

Sem escolaridade nenhuma, a autonomia foi a solução para a moradora de Manaus, Edina da Silva Souza, de 60 anos. Há cerca de três décadas, ela trabalha como feirante e, em 2010, também se formalizou como empreendedora individual. Por mês, ganha cerca de R$ 1 mil com a venda de frutas e verduras. “Depois que me formalizei aprendi a tratar melhor os clientes e administrar melhor minha banca”, relata a manauense, que sabe escrever apenas o próprio nome.

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